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Foto do escritorDouglas Teixeira

Capitães da Areia: de meninos a homens no calor da Bahia


A imagem mostra o livro Capitães da Areia em destaque, com a capa azul com dois rapazes jogando capoeira. O livro está sobre uma mesa branca e acompanhando de outros livros, num fundo cinza.
Edição de Capitães da Areia pela editora Companhia das Letras. / Foto: Agência Lume.

Neste clássico, Jorge Amado retrata as belezas e os horrores da infância abandonada e perdida.

Jorge Amado é, sem dúvidas, um dos maiores e mais influentes escritores do Brasil. O baiano é responsável não apenas por Capitães da Areia, mas por outros clássicos como Gabriela, cravo e canela, Tenda dos milagres e Dona Flor e seus dois maridos.

 


 

O livro, de 1937, acompanha a história de um bando de crianças abandonadas de Salvador, o grupo, sobrevive ao aplicar golpes e cometer furtos na cidade. O texto surpreende pela realidade comovente dos meninos baianos, mas os retratando como os seres humanos que são.


Durante a história, o autor apresenta a diversidade de seus personagens: Pedro Bala, o líder do grupo, valente e destemido, Pirulito, o beato, que acredita que Deus mudará sua realidade. E até Gato, o jovem bonito com aptidão para a cafetinagem: todos tem seus dramas, características e visões de mundo distintas.


E é a partir das diferenças entre eles que o enredo se movimenta. Enquanto lutam para sobreviver e escapar da polícia e do terror do reformatório, os capitães da areia conhecem a vida, o amor e se tornam adultos na cidade que não os quer por perto.


A obra se destaca ao mostrar, com realidade e bom humor, a diversidade religiosa, cultural e econômica da Bahia na visão dos meninos, que, aos poucos, se tornam adultos e aprendem a viver e se virar no meio dela.


Em determinada parte do livro, Pedro Bala conhece e se apaixona perdidamente por Dora, menina com a qual se "casa" e vão até parar no reformatório juntos após o furto malsucedido de uma mansão na parte rica de Salvador.


Cada um dos meninos tem um destino diferente. Muitos perdem a vida, alguns continuam no crime. Outros tornam-se artistas e revolucionários. Ao escrevê-los tão reais, Jorge Amado nos torna íntimos de seus personagens, e no fim, acabamos torcendo pela vida de cada um deles.


Capitães da Areia é um clássico da literatura brasileira, e merece esse título: mais de oitenta anos após o seu lançamento, ele ainda nos faz refletir sobre a realidade de muitos meninos pelas ruas das grandes cidades do Brasil.








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