Veja as principais propostas apresentadas pela candidata da PSOL, na entrevista exibida ontem (06/11) pela Agência Lume.
A Agência Lume encerrou na noite de ontem (06/11), a série de entrevistas que fez com 10 dos 14 candidatos a prefeitura do Rio de Janeiro. A última candidata a ter sua entrevista exibida por meio de live na página do Facebook da agência, foi Renata Souza, candidata do PSOL a prefeitura do Rio.
Renata tem 38 anos, nasceu no Rio de Janeiro e cresceu na Favela da Maré. A candidata é formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC RIO, Renata é também Doutora em comunicação e cultura pela UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Pós-doutora em mídia e cotidiano pela UFF, Universidade Federal Fluminense.
Renata Souza é atualmente Deputada estadual pelo PSOL, cago que assumiu em 2019 e agora é candidata à prefeitura, tem o Coronel da reserva da Polícia Militar Íbis Pereira como candidato a vice.
Durante a entrevista, a candidata falou sobre sua história e respondeu a perguntas sobre mobilidade urbana, saúde e educação. Ela se solidarizou com os moradores das favelas de nossa região, disse que sabe o que é ser morador de favela:
"sou cria da favela da Maré, então eu sei muito bem o que as pessoas do Anil, do Rio das Pedras sofrem, enfim, todos aqueles e aquelas que tem a impossibilidade de ser reconhecido como sujeito, como dignidade, porque a prefeitura abandona todas essas comunidades e só retorna no momento de eleição, a gente tem que entender que essas comunidades, esses bairros precisam de uma prefeita que viveu a realidade de um de um bairro pobre, de uma favela pobre, onde o saneamento básico não foi, e não é prioridade, onde a educação também tem a sua dificuldade, onde o acesso a saúde também tem muitas privações. Então, nesse sentido, eu sou, Fernanda [jornalista], uma pessoa que viveu na pele toda a desigualdade social que uma Prefeitura pode gerar quando não olha a população mais pobre como prioridade.
Veja as principais propostas da candidata Renata Souza:
Educação: Criação do FUNCRECHE.
Na área da educação, a candidata foi perguntada sobre a possibilidade de ampliação de vagas nas creches da região de Rio das Pedras e adjacências. Renata Souza falou da importância de se ampliar as vagas e que em seu governo pretende criar um fundo municipal para as creches, o FUNCRECHE:
"A gente tem cerca de 36 mil crianças, sem vagas nas creches, a gente quer zerar essa fila, porque é um absurdo, a gente quer criar essas vagas, justamente trabalhando com FUNCRECHE que é a construção de um fundo municipal para as creches pra ampliar o número de creches e também valorizar as que já existem, também colocando esse profissional de maneira a ser reconhecido e valorizado também pra que essa criança, uma assistência importante da vaga da creche, com alimentação saudável, inclusive, vindo de parte da zona oeste, que tem os pequenos agricultores que podem estar fornecendo alimentação saudável e sem veneno pra nossas crianças dessas creches. Então, nesse sentido, vai zerar a fila das creches com o FUNCRECHE e também trazer a possibilidade, inclusive, de organização, porque a gente sabe, né? Que isso é um direito da criança, mas a creche também ajuda essa mãe que precisa desse lugar seguro, com alimentação saudável, pra que possa trabalhar tranquila e saber que seu filho e sua filha estão bem cuidados."
Mobilidade Urbana: BRT de graça até o fim do mandato.
Renata Souza falou sobre o gasta que as famílias da Zona Oeste tem com mobilidade urbana, e disse que é possível sim, que a prefeitura arque com os custos do sistema para que a população não precise pagar nada pelo serviço:
"Vamos fazer com que o BRT seja de graça, por quê? Porque hoje o maior gasto, o maior custo das famílias da zona Oeste é justamente com mobilidade urbana. Além de levar muito tempo, transporte caro e de péssima qualidade, 20% do seu orçamento mensal é comprometido com a mobilidade urbana. E hoje, quando a gente fala de BRT de graça e isso é super possível, porque a operação anual de um BRT custa 350 milhões, isso não é nem 2% do orçamento da Prefeitura. Então, a Prefeitura pode arcar com esse custo pra dar uma melhor qualidade de vida pra população da zona oeste. Então, não é sonho, é realidade e a gente pode realizar isso, porque nós não temos nenhum rabo preso com a máfia dos transportes que dominam o Rio de Janeiro."
Saúde: "A falta de saneamento básico quase me matou".
Quando perguntada sobre o tema do saneamento básico, e sobre projetos e propostas que que teria sobre o assunto, a candidata falou da importância do tema e falou sobre os problemas que a falta de saneamento básico causaram na sua própria vida:
" Quando a gente fala de saneamento básico é quase que falar da minha própria vida. Eu bebi água da bica da minha casa contaminada e tive hepatite A, eu quase morri. Então, isso quer dizer que o saneamento básico, a falta de saneamento básico quase me matou. Então, a gente tem uma centralidade importante pra obras estruturais de saneamento básico. E isso nós vamos realizar nas favelas e periferias hoje, que se encontram sem esse serviço tão fundamental de esgotamento e de abastecimento de água, a gente teve um problema em plena pandemia, de falta de abastecimento de água. E muitas favelas da zona leste e da zona norte do Rio de Janeiro, em especial, quando a gente olha, as questões relacionadas ao próprio Rio das Pedras, que a gente teve, falta de abastecimento de água. Recebemos essas essas questões com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, que eu presido na ALERJ. Então, sem dúvida nenhuma, o saneamento básico é algo muito importante."
Confira abaixo a entrevista completa com a candidata Renata Souza:
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