Por: Val Costa.
As terras que hoje pertencem ao atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, anteriormente chamado de Colônia Juliano Moreira, faziam parte do Engenho de Nossa Senhora dos Remédios.
Essa propriedade pertenceu ao Engenho do Camorim ate 1653, quando foi desmembrada e vendida por Dona Vitória de Sá para os irmãos João e Tome Silva. Em 1664, por ordem dos irmãos Silva, foi construída uma pequena capela no engenho. No mesmo local, em 19 de outubro de 1862, foi inaugurada a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
Com projeto do alemão Theodoro Marx (arquiteto oficial do Império), a cerimônia de inauguração teve a presença do Imperador D. Pedro II. O templo é apontado como um dos poucos exemplares, no Rio de Janeiro, da fase neoclássica da arquitetura brasileira. A igreja está protegida pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac) desde 1972.
Os descendentes de Tomé Silva venderam o engenho, em 1715, para o Juiz de Órfãos Antônio Teles Barreto de Meneses. Este uniu as terras do Engenho da Taquara e do Engenho de Nossa Senhora dos Remédios, formando o Engenho Novo da Taquara. Em 1789, quando a propriedade passou a ser controlada por Francisco Barreto de Meneses, as terras foram novamente desmembradas e o engenho passou a ser conhecido por Engenho Novo de “Curicica”, “Pavuna” ou “Jacarepaguá”.
Essa propriedade tinha um engenhoso sistema hidráulico que abastecia a casa-grande e fazia girar as moendas de cana. Canaletas de cantaria conduziam água das nascentes no maciço da Pedra Branca até a fábrica do engenho. Todo o percurso tinha cerca de três quilômetros. A parte final desse sistema era formada por um aqueduto com oito arcos sustentados por pilares robustos. Hoje, ainda resistem sete desses arcos, infelizmente em condições precárias. O aqueduto foi tombado pelo Iphan em 1938.
Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.
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