Nesta semana toneladas de peixes mortos vítimas da poluição foram retirados da Barra da Tijuca.
Pescadores de Jacarepaguá fizeram, na manhã deste sábado (26/03), na Avenida Abelardo Bueno - Barra da Tijuca, um protesto para reivindicar a despoluição das lagoas da região. Segundo pescadores mais de 100 famílias que tiram da pesca o seu sustento estão sendo prejudicadas pela poluição.
Nesta semana em entrevista ao Jornal Extra o biólogo Mário Moscatelli estimou que 6 toneladas de tainhas, robalos, carapicus e sardinhas, todos mortos, tinham sido removidos da praia da Barra da Tijuca.
Os presidentes das associações de pescadores do Canal do Anil e de Jacarepaguá, Allan Sílvio e Michel Costa organizaram o movimento. Para os representantes falta diálogo entre os poderes municipais, estaduais e os pescadores.
Veja a entrevista completa:
Para entender o que está sendo feito para conter a poluição do complexo lagunar de Jacarepaguá, a Agência Lume entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, e também com a empresa Iguá.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente respondeu dizendo que o saneamento básico da região cabe à concessionária Iguá, que assumiu os serviços de esgotamento sanitário da região em fevereiro. E lembrou ainda que a gestão do complexo lagunar de Jacarepaguá é do Governo do Estado.
Já o Instituto Estadual do Ambiente, vinculado a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, informou que concessão da Cedae torna obrigatória que a concessionária responsável pelo lote 2, a Iguá, invista R$ 250 milhões para a despoluição do complexo Lagunar da Barra / Jacarepaguá.
A empresa Iguá também respondeu por meio da nota a seguir:
"A Iguá se solidariza com os pescadores e moradores da região frente a uma situação que se mostra recorrente e assola a região há muito tempo. A empresa iniciou sua operação em fevereiro ciente dos desafios ambientais e dos compromissos de longo prazo assumidos. Todas as ações de curto prazo possíveis já foram iniciadas pela companhia, bem como um trabalho de planejamento para endereçar de forma definitiva o acesso e tratamento do esgotamento sanitário em sua área de atuação.
As ações de curto prazo para revitalização ambiental iniciaram ainda enquanto estava em período de "Operação Assistida", como a remoção de resíduos sólidos na Lagoa do Camorim, no qual em um pequeno trecho de 100 metros, por exemplo, já foram recolhidos cerca de 80 sacos de lixo de 200 litros, ou seja, cerca de 16 toneladas de resíduos em volume. Como ações de longo prazo, soluções perenes estão em fases de estudos e planejamento, tais como a ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário em áreas irregulares não urbanizadas e a instalação de coletores de tempo seco, evitando o despejo de esgoto nos rios afluentes que deságuam nas lagoas. Desta forma, os cariocas terão de volta, gradativamente, a recuperação ambiental do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, importante recurso hídrico para a população.
A Iguá reafirma seu compromisso com as metas e investimentos estabelecidos no contrato de concessão e espera poder contribuir de forma significativa para a melhora ambiental do sistema Lagunar."
A Iguá disse ainda que pretende investir R$ 250 milhões em dragagem e limpeza do Complexo Lagunar; R$ 126 milhões na implantação de Estações Elevatórias de Tempo Seco; R$ 305 milhões nos sistemas de água e esgoto em áreas irregulares não urbanizadas.
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