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Foto do escritorAgência Lume

Responsáveis reclamam de falta de merendas e professores, além de aglomeração nas escolas municipais


Pais de alunos que estudam em escolas de Rio das Pedras e Anil dizem que os problemas são constantes desde o retorno das aulas presenciais, Prefeitura nega que casos estejam acontecendo.


Por: Fernanda Calé e Rô Tavares.

 

Desde o dia 02 de agosto, quando as aulas presenciais retornaram no município do Rio de Janeiro, a Prefeitura suspendeu o cartão alimentação que era concedido aos alunos da rede pública, no valor de R$54,25, já que o benefício era referente a merenda escolar que não era oferecida pois os alunos estavam estudando remotamente.


O benefício referente à merenda acabou se tornando um auxílio a muitas famílias em virtude dos impactos da pandemia causada pela Covid-19. Os efeitos disso começaram a ser percebidos antes mesmo do retorno às aulas presenciais, durante o recesso escolar em julho.


No mês de julho, cartão alimentação foi carregado com a metade do valor, descontando os dias de recesso escolar. O total depositado naquele mês foi de R$27,13. Entretanto algumas famílias afirmaram que sentiram a falta do valor total para ajudar nas compras do mês e tiveram dificuldade.

 

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Durante a segunda semana de aulas presenciais, muitos responsáveis relataram que seus filhos sentiram diferença no que estava sendo servido na merenda escolar, segundo eles eram oferecidos as crianças somente três unidades de biscoitos de sal, pão e água. No almoço, arroz, feijão, cenoura e inhame.


Desde a semana passada a Agência Lume vem recebendo queixas sobre a falta de merenda nas escolas da região. Uma mãe que não quis se identificar, entrou em contato com a Lume e contou o que sua filha de 9 anos, que estuda na Escola Municipal Primário Azerbaijão, localizada na Gardênia Azul tem relatado quando chega em casa:

"Todos os dias eu pergunto à minha filha o que ela merendou e ela fala, três biscoitos ou então pão, não dão suco, não dão nada. É um absurdo! Eles passaram para os responsáveis que o aluno que ficar no ensino remoto, pode ir na escola para fazer as refeições; que refeição, se não estão servindo direito nem os que estão lá? Entendi que o cartão não está sendo carregado porque as aulas voltaram, mas que eles sirvam a alimentação das crianças dignamente.”

Recebemos também um outro relato de uma leitora da Lume, sobre a falta de alimentos na Creche Municipal Rio Novo - Rio das Flores, localizada em Rio das Pedras:

“Estive semana passada numa reunião com os responsáveis na creche Rio das Flores e ficamos sabendo que está faltando leite, arroz, feijão, frango e etc. Os profissionais estão se virando nos 30 para fazer a merenda das crianças. Sabemos que muitas dessas crianças só têm essa alimentação.”

Além dos relatos sobre a merenda, também temos recebido outras queixas referentes a falta de professores e aglomeração nas escolas. Segundo responsáveis não há distanciamento correto entre os alunos. Muitos pais dizem ter o desejo de voltar a levar os filhos para escola, mas tem medo porque segundo eles as regras de segurança não tem sido respeitadas.


Ainda segundo os responsáveis até os professores estão correndo perigo, segundo os pais nem todos os professores já foram vacinados com a segunda dose da vacina contra Covid-19, e mesmo assim estariam sendo obrigados a voltar ao trabalho.


Segundo a mãe de um aluno do Ciep Lauro de Oliveira Lima, localizado em Rio das Pedras, as aglomerações na salas de aula estão ocorrendo pela falta de professores, segundo ela a direção estaria juntando turmas para que todos possam ter aulas:

"Hoje as salas do 5º ano estavam todas muito cheias porque não tem professor."

Outra mãe, dessa vez de um aluno da Escola Municipal Rio das Pedras, também localizada na comunidade, disse que também há falta de professores na unidade, o filho dela está no 7° ano, e não tem professor de ciências e matemática.

“Já estamos mais da metade do ano e ele não tem professor de ciências e matemática, vai passar sem saber matemática? ele teve prova sem ter professor de matemática, Como pode isso?”

A Agência Lume entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para questionar sobre a falta de alimentos nas unidades escolares da região, sobre a falta de professores e também sobre o cartão alimentação para os alunos que seguem no acesso remoto, a SME nos respondeu por meio de nota:


A SME informa que não há falta de merenda. São 1.542 escolas municipais funcionando com aulas presenciais e pode ocorrer alguma situação pontual, com atraso na entrega de determinados itens por conta de problema do fornecedor. Quando isso ocorre, as Unidades Escolares estão orientadas a substituir o alimento de forma a garantir o atendimento do aluno.


Toda a comunidade escolar, incluindo representantes de pais e responsáveis, acompanha e sabe que os cardápios da merenda das escolas municipais são equilibrados e nutritivos.


O cartão era um auxílio emergencial enquanto as escolas estavam fechadas. Como estão abertas, todos os alunos da Rede Municipal de Educação podem ir merendar nas escolas, com refeições mais nutritivas. O acordo foi assinado em agosto do ano passado pelo ex-prefeito Crivella. E esse acordo previu a descontinuidade do cartão assim que as escolas voltassem a oferecer merenda.


E sobre o relato de falta de determinado professor, a SME informou que a Coordenadoria Regional de Educação da área vai verificar a situação para tomar as providências necessárias.


Após a chegada das denúncias sobre possíveis aglomerações, nossa equipe voltou a entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação para entender como está sendo feito o retorno dos professores e se eles estariam sendo realmente obrigados a voltar às atividades, e se as possíveis aglomerações estariam acontecendo. A secretaria também respondeu por meio de nota:


A informação não procede.


A Secretaria Municipal de Educação cumpre um rigoroso protocolo sanitário, seguindo as determinações sanitárias da Secretaria Municipal de Saúde e do Comitê de Enfrentamento à Covid-19. O distanciamento social é respeitado e as medidas de proteção adotadas por toda a comunidade escolar. Portanto, a informação de superlotação é falsa.


Por meio de campanhas de imunização direcionadas e realizadas pela Prefeitura do Rio, todos os Professores da Rede Pública de Ensino iniciaram o esquema vacinal, ou seja, receberam a primeira dose de vacina contra a covid-19.


Professores idosos acima de 60 anos, portadores de comorbidade ou com deficiência permanente têm autorização para atuação em regime de teletrabalho até completar o esquema vacinal, ou seja, retornarão às atividades presenciais apenas após a aplicação da 2ª dose de vacina contra covid-19.


A Lume vai continuar acompanhando o caso.

 


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